Sexta-feira, 31/07, sai de casa rumo ao Clube de Regatas Álvares Cabral para assistir o show Maré da cantora e compositora Adriana Calcanhoto. Cheguei lá por volta das 21hrs e 30min já com show da Tamy (artista local) em andamento.
Grata surpresa!!! Fazia aproximadamente uns 4 anos que não via um show dela e, confessando, não curtia muito. Preferia vê-la em encontros informais empunhando seu violão em rodas de amigos ao antigo formato de seu show. No entanto dessa vez foi diferente. Adorei o que vi!!! Show de caráter intimista que contava com ela (voz e violão), Wanderson Lopes (guitarras, violão e baixo acústico) e Edu Szajnbrum (percussão). Roteiro baseado em canções autorais, Tamy executou seu repertório com maestria, acompanhada pelos dois supermúsicos de sua banda, e comunicando-se de forma competente com um público que, se não foi pra lhe ver, aplaudiram-na de forma sincera, não meramente protocolar. Parabéns, Tamy!!!!
Quando se aproxima ás 23hrs Adriana entra em cena!!! Cenário simples, de um show claramente montado para lugares menores que o Gigante do Álvares Cabral, mas que ficou muito bem adequado ao lugar. Ponto pra produção da moça. O show é iniciado logo de cara com 3 canções de Maré são elas a canção que intitula o disco e o show composta pela própria artista e Moreno Velos, Três (Marina Lima e Antônio Cícero) e Seu Pensamento (Adriana Calcanhoto e Dé Palmeira, a título de curiosidade ele foi baixista do Barão antes da saída de Cazuza). No decorrer do show mais canções de Maré vão surgindo, incluindo o poema de Torquato Neto musicado pelo produtor Kassin (como ela mesmo disse em cena), a singela Um dia desses. Mas, como sempre, o quente foram os hits do passado, e isso não faltou. Com sua banda ou acompanhando-se só ao violão, Adriana passeou por toda sua carreira fazendo com que um público embevecido pela beleza de seu espetáculo cantasse junto com ela sucessos com Esquadros, Vambora (Adriana Calcanhoto), Fico assim sem você (Claudinho&Bochecha), içado do lindo Adriana Partipin, entre outros sucessos da carreira. Boa surpresa foi ouvir as versões de Deixa o verão (Rodrigo Amarante) do já saudoso Los Hermanos e Seu mundo e nada mais, de Guilherme Arantes (os dois números já no fim do show, sendo que no último ela vestia um figurino que me remeteu ao Pequeno Príncipe e que, por incrível que pareça a viagem, achei que relacionava-se perfeitamente com a letra da música, que ganhou uma versão maravilhosa na voz da artista).
Acompanhada por Alberto Continentino (baixo, guitarra, escaleta, vocais, berimbau de boca), Bruno Medina (teclados) egresso do Los Hermanos, Domenico Lancellotti (mpcs, bateria, percussão, baixo, guitarra) do trio +2 (Moreno +2, Kassin+2 e Domenico +2) e Marcelo Costa (bateria, percussão), Adriana faz um show de sonoridade moderna sem a pretensão de querer ser. O bom gosto dos músicos na escolha dos timbres e na construção dos arranjos é grande responsável por isso. Show de bola! Deste modo Adriana Calcanhoto nos faz perceber por que a anos é considerada uma das principais artistas de nosso país, por sua simplicidade, bom gosto e respeito pela boa arte.
Por fim, parabéns a organização do evento, Equipe Sombra (Helinho, Denis, Dhonas) e Alexandre Mignoni. Tudo transcorreu na maior paz e organização, sem filas, o ginásio bem decorado, tudo como o público presente realmente merecia. Que seja o primeiro de muitos, Vitória e vocês merecem!!!
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