sábado, 12 de setembro de 2009

Dia 11 - Liverpool (27/08/2009)






Acordamos bem cedo, por volta das 6 e 30 da matina. Nosso vôo para Liverpool era as 9hrs e o check-in 2hrs antes. Arrumamos tudo na noite anterior, portanto era apenas acordar e jogar uma água na cara para podermos partir. Chegando na estação compramos nosso tickets, entramos no trem e quase perdemos a estação do aeroporto. O japa Fabrício confiou na informação que demoraria meia hora pra chegarmos e apagou. Eu, paranóico em não ficar perdido, acordei ele no momento em que suspeitei que estávamos chegando. Digo suspeitei porque, como já disse, não falo inglês, mas ouvi um anúncio do maquinista dizendo algo a respeito de aeroporto. O japa me deu um esporro, é mole!?!? Ainda bem que um holandês intercedeu dizendo que realmente era a próxima estação. Mais um gol pra mim!

Entre o embarque, a viagem e o cagaço de estar voando de novo, chegamos em Liverpool as 9hrs e 15min. Explicando: nosso vôo era as 9hrs partindo de Amsterdam e a Inglaterra tem um fuso a menos, por isso chegamos 15min depois de termos saído da Holanda, maneiro, né!? Mas durou uma hora e meia mesmo a viagem.

Chegando no Liverpool John Lennon Airport fomos recebido por Katherine, uma amiga do Fabrício que se casou com um inglês chamado Mark, um cientista de verdade. Bioquímico e concluindo um PhD na área. Fraco o menino!?!??! Saudações e apresentações passadas nos dirigimos para a casa de Katherine numa cidade ao lado Ormskirk. Lá foi apenas o tempo de deixar as bolsas e partir pra estação de trem para retornar a Liverpool, afinal o plano é ficar apenas um dia na cidade.

Desembarcando começamos andar. Andamos pra cacete até que chegamos ao Albert Dock. Um enorme complexo ao lado da zona portuária, ao menos da antiga zona portuária. É lá que se encontra o museu do Beatles. Não poderia ser melhor. A entrada custava 12 libras, mas a sorte me sorriu e eles aceitaram minha carteira de estudante da UVV. Economizei 6 libras!

O museu realmente tem tudo que se espera dele. Meu segundo maior problema é que os fones que ganhamos na entrada não passam as informações em português e tive que apelar pro espanhol pra não boiar demais. Funcionou, mas nem tanto. Toda vez em que perdi a concentração boiei na explicação e, em se tratando daquele lugar mágico, perdi a concentração várias vezes babando nas relíquias dos Fab Four.

Impressionante o arsenal de coisas que eles reuniram ali. Desde fotos da primeira banda de Lennon, The Quarrymen, poltrona do avião em que eles foram pela primeira vez aos EUA, armação de óculos de John (avaliado em 1 milhão de libras), etc. O foda é que quando você termina a visita sai direto na loja do museu, esse foi meu maior problema lá. Isso deveria ser considerado um crime!!!! Acabei gastando 100 libras. De nada adiantou a economia da entrada.

Saindo do museu já no fim da tarde nos dirigimos a uma típica lanchonete AMERICANA dos anos 40/50. Vai entender porque Katherine nos levou lá para esperar por Mark, mas ok. Após a chegada de Mark e o lanche, que nem achei tão bom assim mas salvou, nos encaminhamos pro Cavern Club.
Coincidência mesmo. Chegamos na cidade na semana do Beatles. Não sabíamos disso quando compramos as passagens, ainda no Brasil. E nem de longe passava pelas nossas cabeças encontrar com Club Big Beatles por lá. Mas encontramos. Ficamos sabendo lá em Celles da feliz coincidência. Foi bem legal avistar Edu Henning e Leo Texeira se aproximando da entrada do Cavern. Leo foi meu professor de contra-baixo e em uma de nossas últimas aulas conversamos sobre ir a Europa, o que é legal, o que não é, etc, etc, etc. Foi muito bom encontrar com ele lá.

Entrar no Cavern é uma coisa emocionante. Saber que ali foi o berço da maior banda do mundo de todos os tempos e que daí pra frente grandes nomes da música mundial passaram por ali apenas pela reverência ao lugar e aos Beatles contagia. Ainda mais quando me dei conta que estava eu no camarim que um dia um maluco pensou: “Vou gravar um show em vídeo no Cavern, como estou sem banda vou ligar pra dois amigos, um guitarrista e um baterista e vou fazer”. Os amigos que o cara chamou foram David Gilmour (Pink Floyd) e Ian Paice (Deep Purple), o cara era Paul McCartney e o vídeo rolou numa área construída especialmente para ele e eu tava lá no camarim trocando idéia com meus colegas. Na passagem pro camarim encontrei com Gleisson Túlio, um violonista virtuose e inteligente que conheci na Boite Girus, em Para de Minas, cidade próxima a BH onde toquei com o CASACA na mesma noite. O cara arrebentou com suas versões dos Fab Four.

O show do Big Beatles foi empolgante. Não sei se era por estar contaminado com o clima do lugar, mas foi foda. Leo Vaccari esmerilhou na guitarra e canta bem demais. Leo Texeira também bombou demais na música que cantou. Deveria ter cantado mais algumas. Falei do cantar porque tocar todo mundo sabe que ele toca ora caralho mesmo.

Após o show ainda ficamos por lá muito tempo ainda. Tempo o suficiente pra eu tomar 18 chopes de 500 ml e conhecer umas brasileiras em inglês, que se orgulham do pai ter mijado em Penny Lane, e só descobrir meia hora depois que poderíamos falar em português. Imagina com eu fiquei. Quase daquele jeito, bêbado. O Japa também se empolgou, Mark idem. Monkey tava em êxtase restando apenas Katherine com senso de responsabilidade para nos levar pra casa. O que fizemos por volta de uma hora da madruga, embriagados e felizes!

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